sexta-feira, 3 de julho de 2009

Fado Falado - João Vilaret



Hoje encontrei aquele fado que tantas vezes ouvi e enquanto não o consegui recitar com a mesma intensidade não descansei, todos os dias era a mesma cassete no leitor e o fado a falar-se, era eu a imaginar esta história e tentar fala-lo também, obvio que nunca consegui, era demasiada velocidade nas palavras e letras para a menina de 5 ou 6 anos.
E hoje ao ouvi-lo novamente visualisei as mesmas imagens e senti a tristeza da tragédia e a felicidade do perdão exactamente como nos velhos tempos. É engraçado como as coisas que entram na nossa vida por mais insignificantes que sejam fazem sempre recordar grandes momentos, grandes tempos, grandes memórias e apesar do tempo, da falta de comunicação, basta uma pouco de nada para nos fazer reviver e reacender em nós os mesmos sentimentos daqueles tempos longínquos. Hoje sinto-me a mesma miúda que aprendeu a ler ontem e hoje ouve um fado com um ritmo que lhe desperta e a desafia a decora-lo. (Incrível como ainda me lembro de algumas partes). E mais uma vez dou por mim a pensar que todos os momentos, musicas, pessoas, qualquer coisa que tenha sido importante para nós nem que seja a o garfo do almoço que se perdeu de uso tem a mesma importância que teve em tempo porque sabemos recorda-lo com carinho e saudade.

Agora apetece-me dizer que desejo que todas as nossas mãos sejam:
- "..mãos carinhosas, generosas, que não conhecem o rancor, mãos que o fado compreendem e entendem sua dor, mãos que não mentem quando sentem outras mãos para acarinhar. Mãos que brigam, que castigam mas que sabem perdoar..."

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