quarta-feira, 1 de abril de 2009

Brava Andorinha

"Certa vez, houve uma inundação numa floresta imensa. O choro das nuvens que deveriam promover a vida dessa vez anunciou a morte. Os animais grandes bateram em retirada fugindo do afogamento, deixando até os filhos para trás. Devastavam tudo o que estava a frente. Os animais mais pequenos seguiam os seus rastos. De repente, uma pequena andorinha, toda ensopada, apareceu na direcção oposta procurando a quem salvar.
 As hienas viram a atitude da andorinha e ficaram admiradíssimas. Disseram: "És louca! O que poderás fazer com um corpo tao fragil?" Os abutres bradaram: "Utópica! Vê se enxergasr a tua pequenez!" Por onde a fragil andorinha passava, era ridicularizada. Mas, atenta, procurava alguém que pudesse resgatar. As suas asas batiam fatigadas, quando viu um filhote de beija-flor debatendo-se na água, quase a desistir... Apesar de nunca ter aprendido a mergulhar, atirou-se à água e com muito esforçopegou no diminuto pássaro pela asa esquerda. E bateu em retirada, carregando o filhote no bico.
 Ao regressar, encontrou outras hienas, que não tardaram a declarar: "Maluca! Quer ser uma heroína!" Mas não parou; muito cansada, só descansou depois de deixar o pequeno beija-flor num local seguro. Horas depois, encontrou as hienas debaixo de uma sombra. Fitando-as nos olhos, deu uma resposta: "Só me sinto digna das minhas asas se as utilizar para fazer os outros voarem."

Sem comentários: