Aqui Eu...
...Digo, Faço e Aconteço, Aqui Eu Publico, Aqui eu Escrevo, Aqui eu Choro, Aqui eu Sorrio, Aqui eu...
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Faz-se Luz...
Faz-se luz pelo processo
de eliminação de sombras
Ora as sombras existem
as sombras têm exaustiva vida própria
não dum e doutro lado da luz mas no próprio seio dela
intensamente amantes loucamente amadas
e espalham pelo chão braços de luz cinzenta
que se introduzem pelo bico nos olhos do homem
Por outro lado a sombra dita a luz
não ilumina realmente os objectos
os objectos vivem às escuras
numa perpétua aurora surrealista
com a qual não podemos contactar
senão como amantes
de olhos fechados
e lâmpadas nos dedos e na boca
Mário Cesariny, in "Pena Capital"
terça-feira, 5 de abril de 2011
Aprendi....
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Coragem e Força de Vontade

quarta-feira, 30 de março de 2011
Paradoxo da Atualidade
O paradoxo de nosso tempo na história é que
temos edifícios mais altos, mas pavios mais curtos;
auto-estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos;
gastamos mais, mas temos menos;
nós compramos mais, mas desfrutamos menos.
Temos casas maiores e famílias menores;
mais conveniências, mas menos tempo;
temos mais graus académicos, mas menos senso;
mais conhecimento e menos poder de julgamento;
mais proficiência, porém mais problemas;
mais medicina, mas menos saúde.
Bebemos demais, fumamos demais,
gastamos de forma perdulária,
rimos de menos, dirigimos rápido demais,
nos irritamos muito facilmente,
ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais,
raramente paramos para ler um livro,
ficamos tempo demais diante da TV e raramente oramos.
Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores.
Falamos demais, amamos raramente
e odiamos com muita frequência.
Aprendemos como ganhar a vida, mas não vivemos essa vida.
Adicionamos anos à extensão de nossas vidas,
mas não vida à extensão de nossos anos.
Já fomos à Lua e dela voltamos,
mas temos dificuldade em atravessar a rua
e nos encontrarmos com nosso novo vizinho.
Conquistamos o espaço exterior,
mas não nosso espaço interior.
Fizemos coisas maiores, mas não coisas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma.
Dividimos o átomo, mas não nossos preconceitos.
Escrevemos mais, mas aprendemos menos.
Planeamos mais, mas realizamos menos.
Aprendemos a correr contra o tempo,
mas não a esperar com paciência.
Temos maiores rendimentos, mas menor padrão moral.
Temos mais comida, mas menos apaziguamento.
Construímos mais computadores
para armazenar mais informações
para produzir mais cópias do que nunca,
mas temos menos comunicação.
Tivemos avanços na quantidade, mas não em qualidade.
Estes são tempos de refeições rápidas e digestão lenta;
de homens altos e carácter baixo;
lucros expressivos, mas relacionamentos rasos.
Estes são tempos em que se almeja paz mundial,
mas perdura a guerra no lares;
temos mais lazer, mas menos diversão;
maior variedade de tipos de comida, mas menos nutrição.
São dias de duas fontes de renda, mas de mais divórcios;
de residências mais belas, mas lares quebrados.
São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis,
moralidade também descartável, ficadas de uma só noite,
corpos acima do peso, e pílulas que fazem de tudo:
alegrar, aquietar, matar.
Há sempre alguma coisa que podemos fazer....