quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Faz-se Luz...


Faz-se luz pelo processo
de eliminação de sombras
Ora as sombras existem
as sombras têm exaustiva vida própria
não dum e doutro lado da luz mas no próprio seio dela
intensamente amantes    loucamente amadas
e espalham pelo chão braços de luz cinzenta
que se introduzem pelo bico nos olhos do homem

Por outro lado a sombra dita a luz
não ilumina    realmente    os objectos
os objectos vivem às escuras
numa perpétua aurora surrealista
com a qual não podemos contactar
senão como amantes
de olhos fechados
e lâmpadas nos dedos e na boca

Mário Cesariny, in "Pena Capital"

terça-feira, 5 de abril de 2011

Aprendi....

“ Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém.

Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e Ter paciência, para que a vida faça o resto.

Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las.

Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.

Que posso usar o meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando.

Eu aprendi...Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida.

Que por mais que se corte uma pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho.

Aprendi... Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência.

Mas, aprendi também que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.

Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles.

Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sente.

Aprendi que perdoar exige muita prática.

Que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.

Aprendi... Que nos momentos mais difíceis, a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.

Aprendi que posso ficar furioso, tenho o direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel.

Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.

Eu aprendi que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, e que eu tenho que me acostumar com isso.

Que não é o bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro.

Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.

Eu aprendi... Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto;

Aprendi que numa briga preciso escolher de que lado eu estou, mesmo quando não quero me envolver.

Que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem.

Aprendi que por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também. Isso faz parte da vida.

Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.

Aprendi também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio.

Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério.

E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.

Aprendi que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.

Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.”

William Shakespeare

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Coragem e Força de Vontade



"...Coragem pode atrair medo e adulação, mas força de vontade requer paciência e compromisso. Homens e mulheres com imensa força de vontade são geralmente solitários, porque transparecem frieza..."

Paulo Coelho
"O ALEPH"

quarta-feira, 30 de março de 2011

Paradoxo da Atualidade

O paradoxo de nosso tempo na história é que

temos edifícios mais altos, mas pavios mais curtos;

auto-estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos;

gastamos mais, mas temos menos;

nós compramos mais, mas desfrutamos menos.

Temos casas maiores e famílias menores;

mais conveniências, mas menos tempo;

temos mais graus académicos, mas menos senso;

mais conhecimento e menos poder de julgamento;

mais proficiência, porém mais problemas;

mais medicina, mas menos saúde.

Bebemos demais, fumamos demais,

gastamos de forma perdulária,

rimos de menos, dirigimos rápido demais,

nos irritamos muito facilmente,

ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais,

raramente paramos para ler um livro,

ficamos tempo demais diante da TV e raramente oramos.

Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores.

Falamos demais, amamos raramente

e odiamos com muita frequência.

Aprendemos como ganhar a vida, mas não vivemos essa vida.

Adicionamos anos à extensão de nossas vidas,

mas não vida à extensão de nossos anos.

Já fomos à Lua e dela voltamos,

mas temos dificuldade em atravessar a rua

e nos encontrarmos com nosso novo vizinho.

Conquistamos o espaço exterior,

mas não nosso espaço interior.

Fizemos coisas maiores, mas não coisas melhores.

Limpamos o ar, mas poluímos a alma.

Dividimos o átomo, mas não nossos preconceitos.

Escrevemos mais, mas aprendemos menos.

Planeamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a correr contra o tempo,

mas não a esperar com paciência.

Temos maiores rendimentos, mas menor padrão moral.

Temos mais comida, mas menos apaziguamento.

Construímos mais computadores

para armazenar mais informações

para produzir mais cópias do que nunca,

mas temos menos comunicação.

Tivemos avanços na quantidade, mas não em qualidade.

Estes são tempos de refeições rápidas e digestão lenta;

de homens altos e carácter baixo;

lucros expressivos, mas relacionamentos rasos.

Estes são tempos em que se almeja paz mundial,

mas perdura a guerra no lares;

temos mais lazer, mas menos diversão;

maior variedade de tipos de comida, mas menos nutrição.

São dias de duas fontes de renda, mas de mais divórcios;

de residências mais belas, mas lares quebrados.

São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis,

moralidade também descartável, ficadas de uma só noite,

corpos acima do peso, e pílulas que fazem de tudo:

alegrar, aquietar, matar.





Há sempre alguma coisa que podemos fazer....

Estranhamente estranha....

Estranha, sinto-me estranha, sinto-me uma estranha!

Lembro-me do que era tão importante para mim; estar presente neste blog, partilhar com ele todos os meus pensamentos/Sentimentos, num dia de sol, pegar no carro ir até a praia gozar um pouco de sol, sentar-me numa esplanada, ler um livro, sentir o sol renovar-me, levar todas as más energias. Escrever, era fluido, pura e simplesmente as letras desenhavam-se no papel criando um discurso único, olhar o mar reflectir-me nas ondas e sonhar com a rebentação, a espuma, as gaivotas. Ao longo do ano vou deixando tudo isto para fazer nas ferias, ter tempo para mim e aproveitar para fazer todas as coisas que são tão importantes mas deixadas para depois.
Agora, finalmente tenho uns dias de ferias mas sinto-me sugada pela sociedade, já não sou a mesma....
Tento escrever, preciso de me soltar de renascer de novo, mas até as palavras custam a formar-se umas a seguir as outras, não encaixam, não como antigamente.....

Todos temos de nos adaptar às novas rotinas, novas fases da vida isso é um facto, mas deixarmos de ser quem éramos?! A nossa essência, aquilo que que nos revelava... tenho de combater estas mudanças... Não posso deixar que a rotina e a sociedade me absorvam desta forma!